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segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Em Bacabal as mulheres também se organizam e fortalecem

Aconteceu no último final de semana o Seminário sobre feminismo e 

agroecologia no município maranhense
























A iniciativa envolveu o MIQCB, AVESOL, ACESA, ASSEMA, AMTQC e sindicatos locais e contou com uma interessante e diversa programação, que tratou de contemplar oficinas teóricas e práticas, como a de tinta de terra, em que pudemos aprender a fazer tintas naturais para pintar paredes e casas de forma mais barata, saudável (sem a utilização de aditivos químicos), além de muito mais ecológicas, e também a esclarecedora aula sobre o que é o PROJETO MATOPIBA[1].



O Seminário ainda proporcionou uma troca de sementes crioulas, momento de beleza e cultura; para tratar de equilibrar os golpes do Projeto MATOPIBA.  











[1] Plano de desenvolvimento agrícola (ou PDA) que abarca a grandeza de 143 milhões de hectares, compreendendo o bioma Cerrado e suas transições dos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia e que tem como projeto o desenvolvimento e a ampliação da infraestrutura logística relativa às atividades agrícolas e pecuárias.
Região considerada a grande promessa agrícola nacional da atualidade, o Matopiba vem respondendo por grande parte da produção brasileira de grãos e fibras, expandindo em ritmo vertiginoso suas áreas plantadas com monocultura, acelerando assustadoramente a devastação da natureza local.
Na prática, trata-se de uma política e plano de agricultura nacional pautados sobretudo nos interesses e necessidade das grandes empresas do agronegócio, e seus interesses em exportar monocultivo para o mercado consumidor global.
Empresas que têm suas atividades com base na soja e no eucalipto no cerrado nordestino - como a Suzano de papel e celulose, S.A Cargill e Bunge - são as maiores interessadas e beneficiadas no processo.
Segundo os dados do Caderno de Conflitos no Campo 2014, das 123 ocorrências de conflito no campo registradas em 2015 no Estado do maranhão, 82 diziam respeito a disputas quanto à delimitação do MATOPIBA, totalizando 5.522 famílias atingidas e expulsas de suas casas, territórios e vidas sociais por parte do poder público. 
MATOPIBA, portanto, caracteriza-se como um (velho) novo investimento, que possui em sua idealização, a perpetuação de um modelo capitalista de exploração da natureza. Tal desenvolvimento predatório realizado pelo agronegócio no cerrado será potencializado pelo Projeto MATOPIBA, que vem facilitando a destruição dos recursos naturais, expulsando as populações locais de seus territórios e gerando uma imensa pobreza e insegurança alimentar nessa enorme região. Dessa forma, trocamos territórios tradicionais brasileiros, além de todos os saberes, culturas, modos de vida e o rico bioma natural da região por mercadoria.
MATOPIBA promoverá a maior destruição e exclusão por que os povos do cerrado já passaram, reforçando o êxodo rural, a pobreza e a inviabilização dos modos de vida já existentes. Levará ainda a um aumento assombroso dos índices de violência, prostituição, acidentes de trânsito decorrentes da falta de planejamento para as mega-obras de infraestrutura previstas pelo Projeto. Afora a assustadora  degradação ambiental que o Projeto promove, agravando ainda mais os problemas hídricos (estão secando e envenenando as águas do cerrado nordestino), desencadeando a morte dos animais, que aos poucos vão sumindo, e o sumiço de diversas espécies únicas do rico bioma regional.

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