O segundo dia de trabalho do Pré-Fórum Pan-amazônico contou
com muitas atividades, divididos por GTs, ou Grupos de Trabalho, que debateram
temas específicos, fizeram denúncias e fizeram propostas de resistência e estratégias
para seguir enfrentando as batalhas contra a exploração da natureza e dos seres
humanos.
Foto: Participantes do Projeto Mulheres no Desenvolvimento Sustentável da Amazônia, presentes no Pré-Fórum.
MUITA LUTA PELA FRENTE... SEM TEMER
O GT de Enfrentamento ao Tráfico e Trata de pessoas,
debateu-se acerca da desnaturalização das práticas que promovem a trata,
denúncias dos casos, fiscalização, e prevenção na base da Formação foram as
propostas.
Já o GT Identidades e Diversidade falou sobre a importância
do respeito às diferenças e direitos de todos; o GT Povos Indígenas alertou
para o perigo dos grandes projetos do capital para as terras indígenas, que desrespeitam
a Consulta prévia, além de Reconhecimento e respeito à Cultura dos PI...
Resistir em nossos modos de vida, para salvar própria
existência.
Resistir diante de religiões que continuam colonizando e
demonizando as práticas e concepções indígenas; denúncia do Genocídio aos povos
indígenas e da persistência do racismo e da discriminação.
Foto: Tania Chantel, participante deste Projeto de Itacoatiara, AM,
relata o resultado do debate de ontem no GT Trabalho e
Direitos das Mulheres Rurais
Para este momento político complicado, GT Movimento Negro
propôs a criação do Observatório de situação da população afro descentes, além
da implementação de políticas especificas de saúde para a população negra, e a
criação do Conselho Municipal dos direitos da população afrodescendente.
As políticas que privilegiam a especulação imobiliária na
cidade de Manaus foi uma das denúncias apontadas pelo GT Moradia. Outa, foi a
redução do programa "Minha casa, minha vida", além da persistente
criminalização dos movimentos por moradia.
GT conflitos e lutas nos territórios trouxe questões como qual
é o conceito de sustentabilidade?, tema fundamental na agenda atual, visto que
o termo pode ser capturado por grandes empresas para “vender” a chamada economia
verde. Problemas e conflitos de terras trazidos pelas rodovias e o modelo de
desenvolvimento que tem-se promovido de fato na região, dando entrada ao
desenvolvimento e comércio locais, mas também às madeireiras ilegais,
grileiros, mineradores, violência, crescimento desordenado etc., também foi
tema debatido pelo GT.
Mas o dia não foi só de conversa. Na prática do bem viver,
povos tradicionais, apresentaram suas formas de CURA, através da resistência
das benzedeiras.
Graciela Rodríguez, recebendo a prática. O Pré Fórum
Panamazônico - Manaus –AM
Vera battay, participante deste Projeto pelo município de Boa Vista do Ramos, dá seu depoimento: "Estar vivenciando esse momento de partilha e aprendizado é maravilhoso para nós. Principalmente nesse momento de inquietações e perdas de nossos direitos. Para mim, está sendo riquíssima toda a explanação proposta pelo fórum."