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segunda-feira, 28 de março de 2016

Mãos na massa!

Mãos na massa!

Mulheres de Souzel colocam em prática o Plano de Negócios elaborado no III Encontro Regional do Projeto


Em Senador Porfírio, mais conhecida como Souzel, PA, não há nenhuma padaria. Nenhuma.

Foi percebendo essa carência do município, que as mulheres participantes do Projeto Mulheres no Desenvolvimento Sustentável da Amazônia decidiram se unir para mais uma ação sustentável, criativa e empoderadora: a produção de pães caseiros para venda.
A ideia surgiu em nosso III Encontro Regional, realizado em janeiro em São Luís, a partir da oportunidade que as participantes em questão tiveram de elaborar um Plano Socioeconômico em uma das oficinas elaborada por nossa parceira Formaper. O mesmo, ajudou a mapear quais as carências em termos do consumo em Souzel, além de planejar os primeiros passos para que a inicitiva tenha bons frutos... ou pães!
Por enquanto, elas vem-se reunindo na casa de D. Raimunda, professora que com gosto multiplica seus conhecimentos e ensina as mais jovens a preparar e cozinha a massa.



A iniciativa já conta com deliciosos pães salgados e doces, de fermentação natural, além de um pão de chocolate.
Por enquanto, a venda acontece em uma tenda, e não sobra um pão para contar história. Devido ao sucesso da iniciativa, as parceiras já anunciaram que, em breve, também pretendem trabalhar com vários tipos de bolos.





















Parabéns, Mulheres de Souzel.



O Projeto Mulheres no Desenvolvimento Sustentável da Amazônia é uma Iniciativa do Instituto Eqüit em parceria com Lef Itália e Formaper, e o apoio da União Europeia.



domingo, 27 de março de 2016

Comemorando o mês da mulher: Diálogo na comunidade Centro Abraão, Maranhão

Comemorando o mês da mulher

Diálogo na comunidade Centro Abraão, Maranhão 

Visando fortalecer as discussões sobre o empoderamento da mulher, e proporcionar a elas momentos de reflexão sobre seu valor, seu papel fundamental na sociedade, se auto-reconhecer como força indispensável para sua cidade, Estado e país, no dia 26 de março o MIQCB organizou uma conversa na comunidade Centro do Abraão município de Cidelândia, MA, para abordar e discutir os seguintes temas:

1. O valor do trabalho da mulher: para reflexão baseada nas discussões
que já tivemos em nossos encontros); e

2. Saúde da mulher, mais precisamente, os tipos de tratamentos hoje disponíveis, par os principais tipos de câncer que afetam mulheres. Em nossa região, são muitas mulheres as com esse problema. Falamos sobre a importância da prevenção e do apoio fundamental às mulheres em tratamento. (Fala da Dra. Sueily. Oncóloga em Imperatriz, parceira do regional).

D. Eunice (MIQCB) fez uma fala junto com uma liderança feminista de Cidelândia, Antonia torres, também parceira do regional.
Embora sejam assuntos bem distintos, e pudéssemos ficar somente com o primeiro, diante de tantos casos de câncer em nossas mulheres, resolvemos não deixar de falar sobre o tema.
Estiveram presentes, quebradeiras de coco, STTR de Cidelândia, Assoc. de moradores das comunidades Palmeirândia e Abraão, agente de saúde de Cidelândia, Associação de mulheres quebradeiras de Curvelândia, município de Vila Nova dos Martírios, Associação de trabalhadores Sapucaia. Vila Nova dos Martírios, nossos parceiros nos trabalhos do movimento ( MIQCB) 



 
Uma unidade produtiva de mesocarpo (agro-industria) construída com projetos do MIQCB (Projeto Pindova - nome regional utilizado para se fererir às palmeiras jovens) está em fase final em Abraão. A unidade vai beneficiar mais de 500 famílias em Abraão e em comunidades vizinhas.
O evento, que  aconteceu na unidade escolar da comunidade (que também é nossa parceira), foi encerrado com
um almoço partilhado com todos e todas. 

quarta-feira, 23 de março de 2016

Semana da água - Juventudes e Meio Ambiente: Reflexões e Conexões Necessárias

O Movimento Xingu Vivo Para Sempre e o Coletivo de Juventude PAJEÚ - resistência e movimento - iniciaram a semana do Dia Mundial da Água, 22 de março, com debates didáticos nas escolas de Ensino Médio de Altamira com a temática  Juventudes e Meio Ambiente / Reflexões e Conexões Necessárias. 
Tendo como objetivo o fortalecimento de ações locais e conjuntas de jovens empenhados na construção de sociedades sustentáveis, por meio da troca de experiências e cooperação que visam o fortalecimento da política ambiental verdadeiramente  sustentável, que respeite e atenda as particularidades territoriais de povos e populações.


Os debates e reflexões com os alunos(as) dos 2º e 3º anos da Escola Estadual Polivalente de Altamira  sobre o dia mundial da água foram bastante proveitosos devido à participação e intervenção dos mesmos, correlacionando a data com a realidade local vivenciada no território do Xingu. Foram feitos vários relatos de falta d’água nos novos bairros, os chamados RUCs, construídos pela Norte Energia S.A, empresa responsável pela construção da CHE de Belo Monte no Rio Xingu.
 
Sobre a água em Altamira, as questões destacadas no debate pelos alunos (as) foram:

- Falta de saneamento básico
- Falta de gestão da política do município
- A falta de ligação Inter-domiciliar prometida na política condicionante para a realização do projeto UHE Belo Monte e
- A falta de água potável nos Reassentamentos, onde parte da população tem que comprar água.
 
Outra crítica feita por parte dos alunos (as) foi a forma de distribuição da água em reassentamentos (tais como  Laranjeira e Jatobá, onde muitos residem), que se dá por meio de carro pipa, e ainda, quais as condições de segurança da água dentro dos tanques dos carros pipa até seu destino final.                                                  
 
Diante dos debates feitos, a certeza de desafio para as gerações atuais (juventude, pesquisadores e outros...) é de construir alternativas e projetos sustentáveis para garantir a implementação e a efetivação de políticas ambientais e da água especificadamente local, e consequentemente regional e planetária; atitudes que respaldarão a vida dos seres vivos no universo.


 

A relação dos alunos com a água:
 
“Bem, minha relação com a água e bem, primaria, pois fui criada com  uma lagoa no quintal, com o impacto da hidrelétrica ele encheu e acabou estourando, e isso me deu consciência para preservar mais a água, pois aquilo me fez falta. Então a principal relação que eu tenho com a água e de conscientizar as pessoas”
“A minha relação com a água , sentimento, como se ela fosse uma parte de mim, principalmente, quando vejo alguém com pouca consciência coam a água desperdiçando ela. Eu sinto como se tira-se algo meu, jogando ela pelo cano. Minha porcentagem do cuidado com a água e de 80% e os outros 20% e o desleixo induzido pelos outros”
 
“Minha relação com a água é de suma importância, mas de certa forma sou falha muitas das vezes na hora de cuidar dela, tendo ao máximo melhorar pois sem água automaticamente somos seres sem vida. Não entendo como desenvolvimento algo  que possa nos deixar sem água”
“Minha relação com a água  no banho eu levo 1 minuto não gasto muita água mas eu, necessito muito dela, nunca fui de desperdiçar até porque minha mãe sempre foi rígida quanto a água. Não adianta se conscientizar hoje e amanhã esquecer temos que está nos preocupando todos os dias com o nosso meio ambiente.”
 
“Minha relação com a água e muito boa, gosto de beber e banhar. Não gosto de ver água sendo jogada fora sendo desperdiçada. Meu cuidado com ela acho que e de uns 60 a 70%.

                                                                                                                                                                                                                                           Altamira, 23 de março de 2016

segunda-feira, 14 de março de 2016

Mulheres: Articulando pra fortalecer

Reunião com as mulheres do Residencial Wirland Freire.
Fortalecimento das mulheres em busca de melhor qualidade de vida.

(por Jesielita)






sexta-feira, 11 de março de 2016

Justiça a Berta Cáceres



Lobby Europeu das Mullheres manifestando-se diante da Embaixada de Honduras em Bruxelas, exigindo justiça pelo assassinato de Berta Cáceres e proteção para Gustavo Castro Soto

quinta-feira, 10 de março de 2016

Ocupa INSS Itacoatiara - AM

Movimento de Mulheres Camponesas e demais organizações do campo e da cidade, ocuparam nesta manhã a superintendência do INSS em Itacoatiara/AM em defesa da Previdência Pública Universal e Solidária e contrárias a Política Econômica do Governo Federal. Ao final protocolaram uma carta para chegar até a presidente Dilma e o Ministro da Previdência e Emprego se posicionando contrárias a Política Econômica do Governo da qual recorre a proposta de Reforma da Previdência Social em curso que afeta a classe trabalhadora do campo e da cidade











terça-feira, 8 de março de 2016





Companheiras!!
🐜🐜🐜🐜🐜🐜🐜🐜🐜🐜👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏
Ato Político das Mulheres e Feministas de Manaus foi um sucesso!
Quase duas centenas de militantes e apoiadorxs...
Pessoas esticando o pescoço ou saindo pra ver o que se passava na RUA...
Lideranças geracionais e em suas especificidades com falas protagonistas, empoderadas e democráticas... e com endereços certos: poderes públucos e população...
As faixas e cartazes... um excelente exercício de ativismo à parte...
Agradecimentos à logística de apoio (veículo de som/água/batedores de transito e da segurança pública/carros particulares  seguindo conosco do início ao fim): que contribuíram conosco incansavelmente para o tranquilo e organizado andamento de nossa agenda política de hoje.

Foi um dia pra marcar nossas historias pessoais e da nossa cidade...
Quem ñ pode vir hj tb foi lembrada, mas tente mesmo vir na próxima caminhada...

Para quem pode estar presente e.compartilhou toda a renovação da nossa  energia de guerreiras, nas quase 5h da atividade; agradeça também às companheiras de jornada e convidadxs - #juntossomosfortes
#homensemeninosporELAS

Obrigada especial a todo apoio dxs parlamentares (esferas municipal, estadual e federal) e suas equipes; aos representantes de parlamentares presentes; aos homens e.mulheres de partidos políticos; à imprensa.

Obrigada e abraço ativista do tamanho da Amazônia a todas as Companheiras da Coordenação Ampliada do FPMM que articularam diurturna e incansavelmente para a realização com SUCESSO desse Ato Político. Despertamos interesse - esse é o primeiro passo. Agora é continuar provocando Mesa de Diálogo e Negociação. Não queremos florzinha. Queremos políticas públicas socias e estatais.

Para nós.que.fazemos o FPMM e.as.demais entidades que somaram com sua.força, alegria, registro de imagens e apoio na distribuição de panfletos informativos; que juntxs vivemos hj mais esta experiência militante e ativista:
Parabéns! Sinta-se feliz! Dever cumprido! Que venham mais lutas e embates construtivos!
Estamos prontas!!!
💪💪💪💪💪💪💪💪💪💪
Até sábado, 12mar, no encontro mensal do FPMM/Sinttel
Articulação das Mulheres Homoafetivas e Aliadas do Amazonas - ALMAZ
Representando o movimento de mulheres de Boa Vista do Ramos, em homenagem ao dia de hoje.
Caminhada nas ruas do nosso município. Tal caminhada teve inicio às 17:00h, partindo da praça São Sebastião e encontro na quadra poliesportiva Pestalozi.
Com a participação de todas as escolas estaduais, CETAM, UEA e Comunidade em geral.
Conseguimos  articular a participação das professoras e sindicatos, com faixas e palavras de ordem...
Pra mudar a sociedade do jeito que a gente quer participando sem medo de ser mulher.



segunda-feira, 7 de março de 2016

8 de março no Xingu, Altamira - PA

Um viva para as mulheres!
Dois vivas para elas!
Um dia é pouco; agradecemos todos os dias a todas as mulheres que, com o cuidado dedicado, permitem a existência de vida humana na terra.

E como para nós e nossas companheiras do Movimento Xingu Vivo, todo dia é dia de luta, aqui seguimos, mesmo em dia de festa e comemoração.

Estamos fazendo trabalho  de base  nos "reassentamentos" construídos pela Norte Energia S.A.
A mudança geográfica acontecida em Altamira por conta das obras da barragem mexeu profundamente com a forma de organizar e empoderar as mulheres.

Amanhã o Movimento Xingu Vivo fará:

- Panfletagem perto do mercadão municipal de Altamira (ponto estratégico)
- Reunião com gestor municipal Sr. Domingos juvenil - na intenção de abrir um canal de diálogo com o prefeito quanto a nossas pautas.


Seguimos em luta!



Quero viver livremente!

Eu sou mulher, sou quebradeira
Eu sou negra, sou guerreira
Eu sou rica, sou faladeira
Sou branca, benzedeira,
Mulher de muita pauta, eu sou rica
Tenho o poder de escolher
Quero viver livremente
Quero viver o diferente





Celebremos nossas lutas de cada dia e as trocas entre nós, tão preciosas.
(O vídeo foi produzido no III Encontro Regional das Mulheres da Amazônia, que aconteceu no fim de janeiro de 2016. A canção foi escrita por Rosalva Gomes, participante da oficina de roteiro com Lucia Santalices. A captação foi feita coletivamente na oficina de vídeo com Marina Murta)


domingo, 6 de março de 2016

O que movia Berta Cáceres

Companheiras, 
O Movimento Xingu Vivo elaborou a carta que segue em repúdio ao assassinato de Berta Cáceres, líder indígena e camponesa de Honduras, e chamando a atenção para a semelhança da situação de luta territorial contra a barragem da Agua Zarco, em Honduras, e a travada em Belo Monte no Brasil.

Essas disputas  territoriais certamente marcarão as lutas de resistências dos povos do mundo nos próximos anos, em defesa de seus meios de vida e da sobrevivência digna. Por isso, temos que unir forças, atores\atrizes sociais capazes de fazer frente a um modelo de desenvolvimento que não respeita a natureza e nem promove justiça social. 
Seguimos unidas
BERTA CÁCERES, PRESENTE!


O que movia Berta Cáceres

Publicado em 05 de março de 2016

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A líder indígena hondurenha Berta Cáceres, co-fundadora e coordenadora do Consejo Cívico de Organizaciones Populares e Indígenas de Honduras (Copinh) desde 1993, foi assassinada nesta quinta feira, 3, em sua casa. Por que?
Berta liderava a luta contra a construção da hidrelétrica de Agua Zarca no rio Gualcarque, departamento de Santa Bárbara, noroeste de Honduras.
Por que?
Agua Zarca está projetada sobre o território dos indígenas lenca, etnia de Berta. De acordo com seu planejamento, a usina deverá secar o rio Gualcarque, impossibilitando o cultivo das terras comunais indígenas bem como a pesca e demais atividades dependentes do rio. As obras, iniciadas em 2011, já destruíram grandes parcelas de agricultura familiar e florestas, desencadeando um dos maiores movimentos indígenas de resistência do país.
Licenciada pelo governo hondurenho logo após o golpe militar de 2009, Água Zarca incorre, entre outros, nos crimes de desrespeito a:
– O direito dos indígenas à consulta previa, livre e informada prevista pela Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho
– Os artigos 14 e 15 da Convenção 169 que estabelece os direitos das populações indígenas de usar, proteger e conservar seu território tradicional e seus bens naturais
– O artigo 8º da Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos das Populações Indígenas (UNDRIP), que estabelece que os governos devem proteger as populações indígenas de medidas que resultem na perda de valores culturais e da identidade étnica

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O empreendedor da usina, Desarrollos Energéticos S.A (DESA), vem sendo acusado sistematicamente de operar, em parceria com o governo hondurenho, intimidação violenta, buscas ilegais em casas, ameaças de morte, ações militares e policiais violentas e assassinato contra o movimento indígena de resistência e suas lideranças. Em 2013, Berta foi presa pelo exército e processada pelo governo por suas atividades políticas; e no mesmo ano outro líder do movimento, Tomas Garcia, foi assassinado por um militar.
Com a morte de Tomas, a hidrelétrica foi parcialmente paralisada, e a região completamente militarizada. Inúmeras denúncias da Copinh e de organizações internacionais de Direitos Humanos e ambientais foram enviadas ao setor que, à parte do governo de Honduras e da DESA, é responsável e beneficiário do projeto: investidores e fornecedores.
Receberam denúncias o CAMIF, braço do Banco Mundial e primeiro grande financiador; a empresa chinesa Sinohydro, primeira operadora do projeto; o Banco Centroamericano de Integração Econômica (BCIE), co-financiador; o banco de fomento estatal holandês FMO, co-financiador; o banco de fomento estatal finlandês Finnfund, co-financiador; e a empresa alemã Voith-Siemens, fornecedora de turbinas.
Em 2014, CAMIF e Sinohydro se desligaram do projeto em função do dano à imagem que a repercussão das crescentes denúncias de violação e militarização de Água Zarca atingiu. Os demais investidores e beneficiários internacionais, no entanto, permaneceram. O BCIE com 24 milhões de dólares. O FMO do governo holandês, com 15 milhões. O Finnfund do governo finlandês, com cinco milhões.
Ainda em 2014, a despeito da desistência do parceiro CAMIF, o FMO reagiu às denúncias da Copinh na imprensa holandesa com uma nota na qual declara que “considera as informações unilaterais, sugestivas e incompletas (…) e não comprovadas por fatos”. E prossegue: “o FMO está ciente que financiamos empreendimentos em Estados frágeis e que projetos de infraestrutura podem suscitar resistências entre os atingidos”.
Nesta sexta, 4, diante da comoção mundial com o assassinato da diretora da Copinh, o banco soltou outra nota, lamentando o seu “falecimento” e os “eventos que ocorreram em Honduras e que levaram à morte de Berta Cáceres (…). Nossos pensamentos estão com ela e com os que ela deixa para traz”. Já a Finnfund, em sua nota de “pesar” divulgada também nesta sexta, lamenta a morte de Berta mas argumenta que a resistência da Copinh tem elevado os níveis de conflito, que a usina não causa impactos consideráveis sobre as comunidades e que há um linchamento da empreendimento por parte da opinião pública. O BCIE e a Siemens não se pronunciaram.
Nós, do Xingu Vivo, conhecemos Berta Cáceres há tempos. A reencontramos em outubro de 2015, na WISER – Cúpula Indígena Mundial sobre Rios e Meio Ambiente, na ilha de Bornéu. Muito do que se passa em seu território, passa no nosso; a começar pelas violações dos tratados internacionais, pela militarização dos canteiros de obra (assim como a Força Nacional de Segurança se instalou nos canteiros de Belo Monte, as forças armadas hondurenhas operam de dentro das instalações da DESA em Honduras), ou pela ganância das corporações transnacionais e pela criminosa leniência dos agentes financiadores. Nós também estamos perdendo o rio que morre de sede e falta d’água, também perdemos nossas terras, roças, cultura, subsistências. Mas, apesar de termos perdido companheiros de morte morrida, não os perdemos de morte matada.



empresas berta


Onde está o tribunal internacional para julgar e punir o FMO, o Finnfund, o BCIE, a Voith-Siemens, o governo de Honduras, a DESA, por nos terem nos tirado nossa irmã e companheira? Nem nos interessa saber quem apertou o gatilho que a matou em sua casa. Se estes acima não existissem, não tivessem criado Água Zarca, ela ainda estaria entre nós.
Porque somos sempre nós, os que vivem nos territórios mais bonitos do Planeta, que devemos sofrer e morre em nome do “desenvolvimento”?  Quem se “desenvolve” às custas dos nossos mortos?  Não é sempre a conta bancária de outros, sempre os outros?
O capital nacional e internacional que matou Berta em Honduras tem nome. Assim como o capital aqui no Xingu. Vamos nomear DESA, FMO, Finnfund, BCIE, Voith-Siemens. Vamos nomear Norte Energia, Andrade Gutierrez, Odebrecht, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, OAS, Engevix, BNDES, Voith-Hydro, General Electric-Alstom, Andritz, Mapfre, IRB, Allianz, Munich Re.
Assim como o nome de Berta Cáceres não morrerá nunca, o nome de quem nos mata, rápida ou lentamente, também não será esquecido. Justiça já!

Movimento Xingu Vivo para Sempre